João Márcio
Há alguns meses a arroba mais influente do Twitter, como Rafinha Bastos gosta de ser chamado, foi duramente criticado por fazer uma piada sobre estupro dizendo que “mulher feia quando é estuprada deveria agradecer”. Além dos ataques no Twitter, o Ministério Público decidiu investigá-lo por conta da piadinha desrespeitosa e de péssimo gosto. Nada mais justo. Estupro ou qualquer outro tipo de abuso sexual é algo nojento e criminoso. Além disso, uma “piada” como essa fere a dignidade de quem já passou por essa situação e dos seus familiares. Eu tenho um caso de estupro na família e me sinto ofendido quando vejo alguém banalizando algo tão grave.
Há alguns meses a arroba mais influente do Twitter, como Rafinha Bastos gosta de ser chamado, foi duramente criticado por fazer uma piada sobre estupro dizendo que “mulher feia quando é estuprada deveria agradecer”. Além dos ataques no Twitter, o Ministério Público decidiu investigá-lo por conta da piadinha desrespeitosa e de péssimo gosto. Nada mais justo. Estupro ou qualquer outro tipo de abuso sexual é algo nojento e criminoso. Além disso, uma “piada” como essa fere a dignidade de quem já passou por essa situação e dos seus familiares. Eu tenho um caso de estupro na família e me sinto ofendido quando vejo alguém banalizando algo tão grave.
Paralelo a tudo isso, a nova sensação do sempre engraçadíssimo e inovador Zorra Total [/ironia] conta da história de uma transexual e sua amiga feia que andam em um metrô lotado e suas desventuras cotidianas. Tudo isso em meio a um bordão que se popularizou rapidamente: Ai, como eu tô bandida!
O roteiro do quadro não muda: Janete encontra Valéria, elas comentam sobre a cirurgia de mudança de sexo de Valéria, fazem uma brincadeira de “você gosta?” – “gosto” até o infinito que irrita o telespectador e a personagem, Valéria dá meia dúzia de patadas e apelidos em Janete e, por fim, alguém abusa sexualmente de Janete no vagão lotado. Neste momento Valéria, muito debochada, diz pra amiga aproveitar o momento porque não é sempre que uma mulher como ela tem esse tipo de sorte. Ou seja, em meio a todas as claques e clichês que imperam no programa de sábado, ensinamos semanalmente que a mulher não deve reagir ou se ofender caso seja sexualmente abusada, e caso venha a sofrer um estupro, deve se sentir sortuda, pois nenhum homem gostaria de se envolver com uma mulher feia. Percebam que é exatamente a mesma piada que saiu da boca de Rafinha Bastos e foi absurdamente pisoteada. Porém na Globo sua projeção é outra, torna-se benéfico. Ignora-se o fato do desrespeito a dignidade. O pior de tudo: tal quadro alcança hoje 25 pontos no Ibope. Todo sábado a noite o mesmo roteiro ensina às mesmas pessoas que estupros e abusos sexuais são bençãos, e não devem ser denunciados.
Fica a pergunta: Qual a diferença do estupro de Rafinha Bastos e do estupro de Valéria e Janete? Nenhuma, salvo o poder de penetração da mensagem. Enquanto Rafinha atende a um público mais “elitizado” socio-culturalmente (afinal, ele é defensor do tal ‘humor inteligente’, apesar dos quilos de preconceito), o Zorra Total vai de encontro com um povo que provavelmente não teve acesso a informação e que utiliza na maioria das vezes a televisão como seu quadro negro involuntário. Os quadros subsequentes colocam a mulher como unicamente uma fêmea, um objeto sexual, ridicularizam o fato Presidência do Brasil estar nas mãos de uma mulher e passam uma hora semanal fazendo o retrógrado humor da mulher de pouca roupa, erotizando o telespectador. Esse é o mesmo programa que ensina que estupro é o novo ‘casar e ter filhos’. É um humor machista e misógino. Eu sinceramente não acho a menor graça dessa bandidagem da Valéria.
Aos que não sabem: hoje no Brasil, 43% das mulheres brasileiras sofrem violência doméstica; uma mulher é violentada a cada 12 segundos; a cada duas horas uma mulher é assassinada. E você vai continuar rindo disso?
Publicado no blog Eu Só Queria Estudar, com o título Não é estupro se for na Globo.
Publicado no blog Eu Só Queria Estudar, com o título Não é estupro se for na Globo.
2 comentários:
Caro Pastor: Carlos Roberto é evidente que os senhores são defensores ferrenho do dízimo e das ofertas afinal das contas vivem disso, e depois essas estruturas mundanas montadas pelas as igrejas são caras e isso nada tem a ver com a verdade das escrituras. Tu fala de crê nas escrituras se vocês próprios distorcem a mesma ensinando heresias, Malaquias: 2. 1 diz, E agora, este mandamento é para vós, ó sacerdotes. No entanto as igrejas ensinam a pagar o dízimos usando Malaquias 3: 8-10, sendo esse mandamento foi para os sacerdotes que estava roubando os dízimos e as ofertas alçadas, note no versículo 9 que eles (os sacerdotes), estava roubando toda a nação e as Igrejas ainda vai mais longe nas heresias, ensinam que o devorador do versículo 11 é o diabo, quanto engano em Pastor??!! Por ventura já ouviu falar da locusta Pastor. Pastor não é nada pessoal mas se vocês não se arrependerem e ensinar a verdade correrá grande risco de ser incluídos no grupo de Mateus 7:21-23
Por que tanta timidez? Deixe de lado o medo e use nome e sobrenome para se expressar. É mais elegante ser uma pessoa com personalidade. Postagens anônimas não dignas de credibilidade.
Eu vejo no seu modo de interpretar os textos de Malaquias um fundamento estruturado, mas você erra ao esquecer-se do contexto do livro. Não leva em consideração o posicionamento dos outros 65 livros que formam o conjunto da Bíblia Sagrada.
Vá em Gênesis, capítulos 14 e 28. Encontrará os patriarcas Abraão e Jacó entregando dízimos. Eles fizeram isso sem a imposição da Lei de Moisés. Por livre e espontânea vontade. E essa voluntariedade que norteia a vida dos dizimistas cristãos.
Enfim, o Pastor Carlos Roberto Silva sabe muito bem tudo isso. O blog dele é o Point Rhema. Acredito que errou o endereço do blog ao postar o que postou no meu blog.
E.A.G.
Postar um comentário