Cabe, aqui, ainda, algumas considerações sobre o [ 1 ] vídeo da fala do Deputado Feliciano, que rendeu tantos comentários na postagem em que tratei do assunto. Ninguém discute o encontro do parlamentar com quem quer que seja em seu gabinete. Quando se faz a opção por um mandato, atende-se a todos.
A discussão foi em torno da fala do Deputado durante uma pregação. Diz-se que o vídeo foi editado. [ 2 ] Não percebi nenhuma trucagem. Os que o postaram no youtube (e foram diversos) extraíram apenas a parte que narra a história do encontro, porque era o que interessava quanto ao tema. Tudo o que possa ser dito antes perde a sua eficácia pelas heresias expostas naquele pequeno trecho. A retratação [ 2 ] só fez piorar as coisas, pois contradiz o que está no vídeo. Era melhor dizer: "errei".
Quanto aos argumentos de que Deus é soberano para agir como quiser, vale lembrar que ele agirá sempre de acordo com os princípios que ele mesmo estabeleceu. Não são as nossas experiências pessoais que normatizam a Palavra de Deus, nem mesmo aquelas de caráter bíblico, mas é a Palavra de Deus que normatiza as nossas experiências.
Todos os fatos narrados no AT e citados para justificar o que foi dito no vídeo precisam ser analisados à luz do contexto em que se deram e tendo em conta esses princípios. A ser assim, vamos aceitar que um cristão se case com uma prostituta só para servir de símbolo de alguma coisa no mundo espiritual, a exemplo de Oséias. Teremos de admitir que se ande nu pelas ruas, em protestos pelos pecados do povo, como fez Isaías. Concordaremos que não se coma nenhuma carne proibida por Deus no Pentateuco.
Outro ponto a considerar é que nenhuma força maligna, em nenhuma parte das Escrituras, foi usada por Deus com o propósito de proteção. Ele não precisa disso. São míriades de anjos ao seu dispor! Há, sim casos em que espíritos atuam, mas em ações especificas, para, momentaneamente, produzirem o mal (é só isso que eles sabem fazer) e que Deus, depois, faz com que contribuam para o bem dos que o amam. Mas proteção, nunca teremos, não precisamos e não queremos das forças do mal.
Por fim, é puro reducionismo ou desonestidade intelectual reduzir esse tema aos ditos cessacionistas. A maioria dos pentecostais que conhecem a Bíblia não crê nessa baboseira. Não aceita esse descalabro teológico. Não aplaude essa blasfêmia. Como também é reducionismo e desonestidade intelectual ver cessacionistas apenas entre calvinistas ou esquerdistas somente entre eles. Há cessacionistas e esquerdistas entre arminianos também. E há, ainda, esquerdistas entre neopentecostais e pentecostais. Ou nossa análise abarca tudo ou há alguma finalidade escondida em nossa exposição reducionista.
Por fim, causas justas, como os valores morais que defendemos, devem contar com ferramentas justas, legítimas e verdadeiras. Não somos daqueles que, como Maquiavel, acreditam que o fim justifica os meios.